domingo, 6 de novembro de 2011

Cansaço...

Você acorda tenso, abre os olhos e passa a mão na cabeça. Olha vagarosamente para o teto, como se algo estivesse lá, mas não há nada lá.

Respira fundo, e solta todo o ar dos seus pulmões. O ar quente q sai da sua boca parece pesado. Por algum motivo você se vê lerdo, devagar, e, pouco a pouco, quase que imperceptivelmente, o tempo passa.

Passa cinco, dez, quinze minutos, e você continua deitado. Até que uma centelha de vontade aparece e você levanta o torso. Permanece sentado na cama.

Coloca as pernas para fora da cama, vira o rosto e observa o travesseiro, o lençol e depois as mãos, que se encontram cruzadas. Em um movimento quase que instintivo, como um ato reflexo, você olha a palma de suas mãos, ainda cruzadas. Observa cada traço que a compõe e depois, mais uma vez, se perde olhando para o chão.

Finalmente, cria mais alguma vontade e se levanta. Anda até o banheiro, se apoia na pia e começa a se observar no espelho. Começa a notar cada traço do rosto, cada fio solto do cabelo, cada movimento. Olha dentro, e fundo, em seus próprios olhos refletidos, sentindo uma sensação de que não deveria ter acordado.

Começa a pensar em tudo que tem que fazer, tudo que deverá ser feito e deveras foi feito. Um aperto aparece em nosso peito, e não é de tristeza ou nada parecido. É apenas uma sensação, um sentido, de que você NUNCA deveria ter acordado.

Você tem a ligeira impressão de que a vida está te testando, querendo ver até onde vai sua vontade, seu desejo de ir em frente. Você não desiste, porque sabe que ao fazer isso, aceita a condição da morte, a morte de suas vontades e desejos. Você lava o rosto, toma seu banho, come, escova seus dentes, arruma suas coisas e sai de casa. Sai para realizar seus afazeres, para ter que ver os mesmos rostos apáticos, simpáticos, insuportáveis e amigáveis.

Quando você volta, aquela sensação já se foi. Foi porque notou seu esforço de continuar. Foi porque viu que, naquele momento, era perda de tempo continuar. Foi, mas com a certeza de voltar e, mais uma vez, te atazanar.

Essa sensação, esse frio na barriga que vem e me diz mais uma vez que não vai embora. Onde eu estava com a cabeça quando aceitei fazer isso tudo?

Um dia, eu ainda me entendo...

Mas, no momento, me encontro na presença, mais uma vez, deste ilustre conhecido, que, me diz para parar de viver como eu vivo...

Sinceramente, às vezes sinto sua falta. Às vezes quero que você me abrace e me diga que não irá embora tão cedo, porque eu corri tanto. Você sempre estará me esperando?

Traga sua fiel companheira, a Preguiça e vamos nos deleitar no colchão de minha cama...

Um dia, eu ainda me entendo...

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