sábado, 30 de junho de 2012

Ouro e prata


Meus metais preciosos não são metálicos, meu ouro e prata não refletem a luz.

O Ouro e a prata que possuo são feitos de carne e osso, sonhos e desejos... amor.

O que eles refletem chega a cegar meus olhos, chega a tornar-me pequeno perante o reflexo, tornar-me indefeso.

Não compro nada com eles, muito menos os vendo. Não troco em nada que me ofereças, não torno moeda e jogo-os ao vento.

Tenho dois diamantes, negros, belos, tão polidos que prendem minha atenção e me fazem ver a alma que reside em meu corpo.

...

Tenho uma musa... feita de ouro e prata. Em seus olhos, dois diamantes. Não sei como, não sei o porquê, apenas sei que a musa dança nas nuvens de meus sonhos. Não sei se estou obcecado ou se estou perdendo a razão...

Não penso em uma construção no futuro, uma criação da imaginação, sem que haja o toque dessa musa. Não me vejo com um futuro sem ela sem ficar aflito e angustiado.

Vi ela dançar em meio a um jardim onde as nuvens brotavam do chão em forma de grandes ipês amarelos e vermelhos, contrastando com o pôr-do-Sol.

Ela dançava e rodopiava, mexia dos pés à cabeça. Sem cansar, ou reclamar do cansaço, sabe-se lá, tornava todo ambiente mais calmo. Meu corpo sentia-se mais relaxado.

Quando os últimos raios de Sol se chocaram com a musa de ouro, prata e diamantes, refletiu em mim toda a alegria que já pude sentir...

Calmamente a musa se aproximou e me deu um vagaroso e delicado beijo... e para minha surpresa, o beijo não foi um mero sonho...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O que você quer!


Encosta teu corpo no meu e, nus, o suor nos cola em um único ser;

Morde meu braço e eu o teu pescoço;

A baba escorre por entre nossos corpos como se nossa fome fosse eterna;

Geme alto e não pare! Soa como música aos meus ouvidos;

Retorce o corpo e meche-o como uma cobra que rebola em meio à relva;

Puxo o teu cabelo e faço aquilo que desejas;

De maneira recíproca, nos subjugamos aos desejos do outro;
Pouco a pouco nos vemos devorados pelo cansaço e pelo esforço de um tentar agradar o outro;

É um jogo de dar e receber beijos, abraços, mordidas e prazer;

É um jogo onde ninguém sai perdedor, mas também ninguém sabe o que é vencer;

Não se tem um ponto final, nem um continuando, apenas uma enorme reticencias nos mostrando que falta muito para chegarmos a um fim que não existe;

Porque eu sei quando “acabarmos”, vamos um olhar para a cara do outro e sem palavras, sem pedidos e sem cerimônias, vamos começar tudo de novo;

Eu quero mais é a carne, o suor, o gemido;

Eu quero mais os olhos abertos e as pupilas dilatadas, as marcas de dentes e o roxo que a boca deixa como marca;

Em meio às ordens do dia-a-dia, do cotidiano, eu quero o caos em nossa cama-morada.

Chave-mestra


Prendem-me e me trancam em um quarto escuro, mas mesmo assim eu consigo ver a luz.
Indo e vindo os fragmentos de memória, os junto com a mais poderosa força criada pelo homem.

Sem possuir asas, ou sem mesmo sentir a brisa alisar meu rosto, me vejo voar pelas nuvens, saltando de pico em pico, montanha em montanha.

Não vejo o céu azul, mas o vejo verde, vermelho, roxo, o que eu quiser, mas preferi vê-lo azul, com poucas nuvens e com um Sol enorme atrás de mim.

Levanto-me e ando de um lado ao outro. Para que vê de fora, acredita ser um louco perambulando dentro de uma gaiola, uma enorme gaiola. Mas por que eu não vejo isso?
Eu vejo meus pé passarem por cima de uma verde grama, viva, vejo árvores ao meu redor e crianças a brincar de ciranda.

Estou louco? Poderia até ser, se eu não tivesse a capacidade de ver a grade que me cerca quando eu bem quisesse.

O que me faz ir e vir por esses dois mundos, onde em um eu sou cativo e no outro eu sou tão livre quanto o vento? O que me faz ir e vir por esses dois planos onde em um o chão é duro e cinza, enquanto no outro, a grama macia serve de colchão.

Eu não fecho os olhos para ir de um lugar ao outro, eu simplesmente vou de um lugar ao outro.

Como um cão perseguindo um carro, eu não sei o que fazer caso alcance o carro, eu não sei o que fazer caso consiga alcançar este outro plano, eu simplesmente sigo, ando, passeio por este outro plano.

De um minuto ao outro eu vejo o dia e a noite permutarem incessantemente. De um segundo ao outro eu vejo a vida ir e vir em cada respiração que faço. Mesmo sem existir flores, eu as vejo e eu as cheiro, e como são cheirosas.

O que eu faço não é um passe de mágica, nem uma mera ilusão. Só faço aquilo que foi esquecido pelas pessoas presas em seus fatídicos cotidianos.  Eu simplesmente imagino.

Enquanto eu puder respirar... voarei até o Sol.

“Era meia noite em pino. As tartarugas voavam de galho em galho e o gado pastava na campina do oceano. Um velho nu, sentado com as mãos no bolso, lia um jornal sem letras: Melhor morrer, do que perder a vida”. – Autor desconhecido.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Ao ócio.

Vida longa ao ócio, pois se não fosse este ilustre conhecido do cotidiano, não teríamos a agoniante necessidade de fazermos algo de nossas pacatas vidas.

Por quanto tempo ficamos sentados, com o vazio gritante estampado em nossos olhos, antes de tomarmos quaisquer medidas sobre as nossas vidas.

Viva ao ócio, este mal necessário, este ilustre conhecido, este ser amado e odiado.

Viva ao ócio, nosso amor e desgosto.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ao ócio.


Vida longa ao ócio, pois se não fosse este ilustre conhecido do cotidiano, não teríamos a agoniante necessidade de fazermos algo de nossas pacatas vidas.

Por quanto ficamos sentados, com o vazio gritante estampado em nossos olhos, antes de tomarmos quaisquer medidas sobre a nossa vida.

Viva ao ócio, este mal necessário, este ilustre conhecido, este ser amado e odiado.

Viva ao ócio, nosso amor e desgosto.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Máscara sem enfeites


Nem sempre as máscaras servem para mostrar um rosto que não exista, mas sim, para simplesmente esconder uma face que não quer ou não necessita ser vista.